Dicas
Como Instalar Bocas de Lobo
Saneamento
2) Bocas de lobo
Como planejar o posicionamento das bocas de lobo em vias públicas:
Por Juliana Nakamura
Edição 8 - Setembro/2011
Bocas de lobo são dispositivos em forma de caixas coletoras construídas em alvenaria. Sua função é receber as águas pluviais que correm pelas sarjetas e direcioná-las à rede coletora. De acordo com a necessidade de drenagem, podem ser simples, múltiplas e equipadas com grelhas pré-moldadas de concreto ou de ferro fundido dúctil. Os projetos são geralmente normatizados pelos municípios. Porém, as dimensões da boca de lobo e seu tipo são determinados pela vazão de chegada definida por projeto de cálculo, conforme índice pluviométrico da região e período de retorno da chuva de maior intensidade.
Posicionamento nas vias
Um aspecto importante do projeto de drenagem é o posicionamento das bocas de lobo, que devem estar nos pontos mais baixos do sistema para impedir alagamentos e águas paradas em zonas mortas. As bocas de lobo devem ser posicionadas em ambos os lados da rua quando a saturação da sarjeta exigir ou quando forem ultrapassadas suas capacidades de engolimento. O espaçamento entre as bocas de lobo também deve ser dimensionado em projeto, mas recomenda-se adotar uma distância máxima de 60 m entre os dispositivos caso não seja analisada a capacidade de descarga da sarjeta.
Erros de implantação
As bocas de lobo não devem ser instaladas em esquinas (trecho de máxima vazão pela sarjeta) para que o fluxo da água não atrapalhe a passagem de pedestres. Além disso, se instalados nos vértices das vias, as torrentes convergentes pelas diferentes sarjetas seriam escoadas em velocidade contrária à da afluência para o interior da boca de lobo. Por isso, recomenda-se que a instalação de bocas de lobo seja feita em pontos pouco a montante de cada faixa de cruzamento usada pelos pedestres.
Tipos de bocas de lobo
Em geral, há quatro tipologias de bocas de lobo. Lateral: indicada para instalação em pontos intermediários em sarjetas com pequena declividade longitudinal (1% a 5%); quando há presença de materiais obstrutivos nas sarjetas; em vias de tráfego intenso e rápido; e em montante dos cruzamentos. Com grelha: indicada para sarjetas com limitação de depressão; quando não há materiais obstrutivos; para instalação em pontos intermediários em ruas com alta declividade longitudinal (1% a 10%). Combinada: adequada para pontos baixos de ruas e pontos intermediários da sarjeta com declividade média entre 5% e 10%. Múltipla: também recomendada para pontos baixos e para sarjetas com grandes vazões.
Fiscalização das obras
O controle dos serviços por parte dos contratantes deve ser realizado observando-se principalmente dois quesitos:
- Cota - verifica-se topograficamente as cotas de entrada e saída dos tubos de drenagem, cota da grelha e profundidade da caixa.
- Dimensões - verifica-se de forma visual todas as dimensões se estão de acordo com o projeto.
- Para ajudar a reter eventuais sujeiras que possam a vir a comprometer o funcionamento deste dispositivo, recomenda-se que as bocas de lobo sejam protegidas por grelhas.
Dicas sobre registro de gaveta e válvulas
A fim de garantir uma resposta correta às consultas e o bom atendimento dos pedidos, é aconselhável que sejam indicadas, além das quantidades e diâmetros nominais dos registros, as seguintes informações:
Tipo de Válvula:
- Cunha Metálica
- Cunha de Borracha
Tipos de extremidades:
Flanges
- Corpo Curto (Série Métrica Chata)
- Corpo Longo (Série Métrica Oval)
Bolsas
- Para tubulações de ferro fundido ou PVC de FoFo
- Para tubulações de PVC/PBA
Gabarito de furação dos flanges:
- PN 10, PN 16 ou PN 25.
- Furação Especial
Pressão máxima de serviço
Modo de acionamento:
- Cabeçote
- Volante
- Chave T (a)
- Haste de prolongamento (a)
- Pedestal (a)
- Atuador Elétrico
- Cilindro
Nota:
a) No caso de chave T, haste de prolongamento ou pedestal é necessário indicar a dimensão H.
b) Aplicável apenas para registros de cunha metálica.